Depois de perder Mundial, Imbituba prevê faturamento maior com WQS

Antes conhecida pelas fábricas de carvão, quase uma cidade-fantasma, Imbituba (SC) entrou no calendário do Circuito Mundial de surfe em 2003 e, desde então, se transformou. Mas se engana quem pensa que a perda da única etapa brasileira – neste ano volta ao Rio de Janeiro – significará prejuízos. A “troca” por um campeonato seis estrelas prime da divisão de acesso, acreditam os comerciantes, vai render ainda mais aos cofres.


Surfe Imbituba praia 2010 (Foto: Divulgação / ASP) 
Praia da Vila, em Imbituba, ex-sede da etapa brasileira do Circuito Mundial (Foto: Divulgação / ASP)
Trata-se de uma conta simples. O Mundial de surfe recebia, até o ano passado, 48 competidores – neste, o número caiu para 36. Já o WQS terá no mínimo 120 surfistas em busca de parte dos US$ 250 mil de premiação.

Preferido do australiano bicampeão Mick Fanning e alguns dos tops, o Imbituba Praia Hotel tenta achar contatos de surfistas que disputam o WQS para enviar, online, as tarifas do “pacote”. A etapa começa no dia 30 de maio, uma semana após o término do WT do Rio – de 11 a 22.

Há dois anos, por conta do crescimento da cidade, o Praia Hotel passou por uma reforma. Agora, os surfistas podem, de um mirante, conferir as condições do mar no pico em frente ao palanque do campeonato.

- A cidade cresceu, há novas empresas. Dizem que, daqui a cinco anos, Imbituba será um polo – diz Sônia da Rosa, gerente do hotel.
O fato é que, desde que começou a receber campeonatos, Imbituba ganhou de volta o prestígio que tinha na década de 70, quando era procurada por surfistas de toda Santa Catarina. Prestígio este que se afundou em uma onda cinza em 1979, quando foi criada a Indústria Carboquímica Catarinense (ICC).
A ICC fechou em meados dos anos 90, e a cidade foi, aos poucos, recuperando o verde. Em 2003, uma semana de flat fez com que os organizadores do Mundial levassem a etapa de Florianópolis para lá, 90km ao sul. E a pequena e pacata Imbituba, que sempre salvava com suas ondas, acabou virando principal sede do campeonato.

Surfe Imbituba Praia Hotel (Foto: Divulgação)
Sônia vai sentir saudade os tops do circuito. Foi em seu hotel, por exemplo, que Mick Fanning, anos atrás, saiu do quarto vestido de biquíni e foi até o bar para fazer os amigos rirem. Mas, quando chegou lá, não havia mais ninguém. A história foi parar em um livro publicado pelo australiano no ano passado.
- Não ter a etapa do Mundial é sempre uma perda. Mas o número de atletas é bem
maior. O lucro será igual ou maior. Talvez seja até maior. Já estamos recebendo reservas de muitos brasileiros.

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