- Eu sempre tive vontade de chegar onde cheguei, mas ainda não acabou, na verdade apenas começou. O fato de eu conseguir a primeira colocação está sendo uma honra e uma prova para mim mesmo de que eu posso conquistar o título mundial. Se eu continuar nesse mesmo ritmo quem sabe posso ter uma surpresa no final do ano - afirmou.
Para chegar à decisão, Mineirinho passou por baterias desafiadoras, como nas quartas-de-final contra o australiano Owen Wight, vencida por uma diferença de 13 décimos e considerada por ele a mais difícil. Na semifinal, travou um duelo equilibrado contra o australiano Bede Durbidge em uma bateria em que nenhum dos dois obteve uma nota acima de cinco pontos.
Na final, conquistou o troféu sobre o também australiano Taj Burrow, que abriu a bateria com uma nota 7. Após pegar bela onda, Mineirinho conseguiu marcar um 8 e depois finalizou outra com 7,63.
- O Taj já iniciou com uma nota 7 botando pressão em uma onda muito boa com a minha prioridade que eu acabei errando ao não acreditar no potencial dela. Naquele momento, eu estava pensando em escolher uma onda melhor, o que acabou não acontecendo, mas logo na sequência aconteceu o contrário. Ele estava esperando uma onda melhor e veio a melhor onda para mim em que eu pontuei um 8. E depois ele deixou outra onda passar que eu peguei e finalizei a bateria - disse.
Mineirinho chorou dentro d'água quando soube que terminava em primeiro. Sobre a conquista, disse que ela trouxe alívio e comentou a sensação de ter sido campeão.
- Para mim foi o momento mais feliz da minha vida ao vencer este evento no meu país, com todos os meus fãs e meus amigos na praia.
Entre os companheiros estão os surfistas Raoni Monteiro, Heitor Alves, Alejo Muniz e Jadson André, atletas que, além de Mineirinho, vêm representando o Brasil na elite do surfe.
- Competição é isso, tem dias que você acaba deixando uma onda boa e tem dias que você acaba pegando essa onda boa. Eu acho que cada um tem o seu melhor momento. O Raoni teve seu melhor momento em 2010 quando venceu a etapa do Havaí, o Heitor venceu quatro eventos do WQS, o Alejo venceu esse ano em Noronha e o Jadson, ano passado, venceu no Brasil. Eu acho que competição é isso, um dia você ganha, outro dia você perde, outro dia você aplica o aprendizado. Estou feliz com esses grandes guerreiros que representam a gente.
- Todos os anos em que eu fui para J-Bay eu fiquei largado lá um mês pegando onda. Sempre foi minha paixão surfar aquelas direitas, onde eu acredito que eu aprendi muito. Tenho uma linha de surfe que lembra muito a linha da onda de Jeffrey's Bay. Todas as manobras que eu venho fazendo até hoje vêm do aprendizado das ondas de lá. Vou chegar super cedo, sei que nesse evento as luzes vão estar viradas para mim. Espero fazer um bom resultado.
Nesta semana, Mineirinho vai disputar o WQS de Saquarema. O campeão da etapa do Rio do WT não surfa no local, conhecido como o "Maracanã do surfe", há seis anos. Além de surfistas brasileiros, como Raoni Monteiro, Jadson André e William Cardoso, 58 estrangeiros participam da competição.
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