No Brasil, o sábado será de comemorações pelos 40 anos do bodyboard. Nos Estados Unidos, o homem que inventou a prancha - em 9 de julho de 1971 - provavelmente pegará seu violão e terá um dia como outro qualquer. Aos 65 anos, Tom Morey acompanha as evoluções não só no bodyboard. E está sempre conectado. Foi via internet que ele contou sobre o dia em que homenageou o “Boogie Oogie” batizando sua criação: a Morey Boogie.
- Na hora, eu sabia que poderia se tornar relativamente popular sim, mas não fazia idéia de que se tornaria TÃO popular assim – disse.
Naquela época, Morey era um surfista apaixonado por música. Deixou a Califórnia e se mudou para o Havaí disposto a seguir a carreira de baterista. Mas, em uma tarde de ondas perfeitas, se viu sem pranchas. Pegou, então um bloco de isopor, cortou-o e forrou-o com jornal. Nascia ali a primeira prancha de bodyboard.
O Brasil logo entrou na onda. Marcus Cal Kung, hoje dono de uma escolinha, foi um dos responsáveis por injetar nos cariocas a “bodyboardmania”. Era uma febre. Em 1987, a primeira escolinha, na praia de Ipanema.
Os resultados, então, começaram a aparecer. Foi uma enxurrada de títulos mundiais. Hoje, o país tem 29 canecos: Guilherme Tâmega (seis), Neymara Carvalho (cinco), Stephanie Pettersen (quatro), Glenda Kozlowski (três), Soraia Rocha (dois), Daniela Freitas (dois), Mariana Nogueira (dois), Karla Costa, Claudia Ferraria, Isabela Sousa, Uri Valadão e Paulo Barcellos.
Tâmega (esq), Stephanie Pettersen, Ugo Corti e Mariana Nogueira (Foto: Arquivo/ Revista Bodyboarder)
Tâmega, hoje aos 38 anos, é o líder do ranking mundial. Aos 48, o havaiano Mike Stewart, nove vezes campeão mundial, também compete: é o 13º da temporada. Os dois, morando no Havaí, não vão participar da festa na praia de Ipanema, que voltará, após seis anos, a receber um campeonato. Na Barra da Tijuca, Kung vai pegar onda com alguns atletas que, como ele, viram o nascimento do bodyboard e celebrará a data com um bolo e 40 velinhas.Tâmega dá aula na escolinha de Ipanema, aprimeira do Brasil (Foto: Divulgação / ABBI)
- Um cara saltou de um avião com uma prancha e, com ela, teve um vôo mais plano - antes de abrir o paraquedas. Isso virou moda... até que alguém se machucou. Mas, antes que a ideia fosse descartada, ela abriu caminho para o que viria a se tornar a prancha de stand up, usada no ar. Foi pioneiro, possibilitando a criação de novos esportes, praticados, por exemplo, em lugares onde os corais eram um empecilho ao surfe.
E para quem acha que Tom é um defensor ferrenho do bodyboard, ele surpreende. Não quer distinções com o surfe.
- Brasileiro, havaiano, australiano, francês, espanhol, neozelandês,etc... esqueçam isso. Negro ou branco, marrom ou amarelo, cristão, judeu, hindu, muçulmano, budista. Livre-se da idéia de que você é um bodyboarder. Você é um surfista. E livre-se de tudo que o faça ser dependente de pai ou mãe, bebida, fumo, drogas ou qualquer outra coisa. Saia de qualquer coisa que ponha rótulo. Em vez disso, concentre-se na performance, na criatividade e agradeça cada segundo que pode surfar.
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